Ecoteologia é tema de encontro no Tocantins

A programação encerra nesta sexta-feira, 6 de setembro.

O estado de Tocantins está recebendo o V Encontro de Ecoteologia. O Evento, realizado pela Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) em parceria com o Regional Norte 3 e Arquidiocese de Palmas, acontece no auditório do UniCatólica com a presença de 50 pessoas dos estados do Tocantins, Pará, Amazonas e Mato Grosso, além de representes dos povos indígenas, Krahô e Karajá-Xambioá.

O Encontro é um convite para conversão ecológica proposta pela Encíclica Laudato Si, do Papa Francisco. Além disso, busca produzir nos participantes reflexões sobre a atual realidade da natureza e as ações práticas que cada ser humano pode desenvolver para ajudar na resistência e sobrevivência do meio ambiente, hoje ameaçado pelas queimadas, desmatamento e violências.

Compuseram a mesa de abertura Mariana Melo – Pró-reitora da UniCatólica, Elisângela Soares – representante da Faculdade Católica do Amazonas e Dom Pedro Brito Guimarães- vice-presidente da REPAM/Brasil, onde ressaltaram a importância de debater sobre as mudanças climáticas e o desenvolvimento de atitudes que contribuam com o cuidado da Casa Comum.

“Todos nós sentimos as mudanças climáticas, não só no aumento da temperatura, mas no aumento no preço dos produtos, na seca dos rios, nas queimadas, na dificuldade de respirar um ar limpo. Ecoteologia é isso, é entender a importância do Criador e da criatura, da relação entre os dois”, explicou Dom Pedro.

Padre Ricardo Castro, membro da Faculdade Católica do Amazonas e Arlete Gomes da REPAM/Brasil fizeram uma memória dos primeiros encontros de Ecoteologia.  “Ecoteologia é ecologizar o discurso sobre Deus, o que é Deus da criação e presente em sua criação. A ecoteologia amazônica nasce dessas instituições que são gestadas em suas culturas ancestrais, interculturalização dos encontros e desencontros com o evangelho trazido aqui por missionários e missionárias”, explicou padre Ricardo Castro.

Logo em seguida, os participantes foram divididos em grupos para um momento de fazer ecoar e ressoar o que foi falado no primeiro painel e a vivência da ecoteologia na realidade de cada um. À tarde, os grupos seguiram para um momento de Oficinas sobre Experiências/Vivências de lideranças e movimentos dos territórios que constituem o Cerrado e a Amazônia.

Assuntos como as experiências nas dioceses sobre as ações voltadas para a ecologia, como o trabalho dos Guardiões Ecológicos e o papel das universidades nas pesquisas, e auxílios às comunidades do Cerrado e Amazônia, em especial no apoio aos pescadores, a exemplo da Colônia de Pescadores de Lajeado (TO), também foram colocados em diálogo nesse primeiro dia.

No final da tarde, a temática do painel foi “Ecoteologia – história, geografia e cosmovidas”. A partilha iniciou com Paulo e Amaré Gonçalves da Articulação dos Povos Indígenas do Tocantins (ARPIT) que falaram sobre as mudanças climáticas e o impacto na vida do Cerrado, os perigos que os aquíferos estão enfrentando e as previsões para o futuro dos biomas brasileiros se nada for feito para melhorar e protegê-los. Logo em seguida, Vanicleisson Dias Karajá falou sobre as dificuldades e lutas que hoje os povos indígenas enfrentam e necessidade de resistência e compreensão de toda a sociedade. Por fim, foi o momento de foi compreender a história da Igreja na Amazônia, o processo de evangelização e os caminhos vividos até o momento. A explicação foi dada pela Prof. Doutora Elisângela Soares, da Faculdade Católica de Manaus.

O V Encontro de Ecoteologia segue nesta sexta-feira com painéis e oficinas sobre ecoteologia. A programação encerra à tarde com a benção das comunidades indígenas e quilombolas.

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